Santa Casa prestou mais de 21 mil atendimentos em cinco meses de intervenção e reduziu gastos

Acompanhado do prefeito Tauillo Tezelli, o interventor do Hospital Santa Casa de Campo Mourão, Sérgio Henrique dos Santos fez uma prestação de contas dos trabalhos realizados a partir da intervenção decretada pela prefeitura, em fevereiro.

A coletiva reuniu a imprensa na tarde dessa quinta-feira, 11, na Casa do Empreendedor. Nesse período, de cinco meses, a Santa Casa realizou 21.768 atendimentos, dos quais 13.356 para Campo Mourão e 8.412 para os demais 24 municípios da região.

O prefeito iniciou a coletiva dizendo que preferia reunir a imprensa para que de forma transparente a Santa Casa apresentasse os números do período de intervenção. “Sabemos que no período eleitoral vão usar a Santa Casa contra a administração”, disse o prefeito.

Tezelli voltou a dizer que a prefeitura nunca teve a intenção de intervir na Santa Casa, porém, hoje, diante das circunstâncias, ele diz que a intervenção deveria ter acontecido antes.

Sérgio falou sobre os números e apresentou um quadro de redução de gastos no período. Disse também estar feliz por ver que o hospital está buscando meios de melhorar o atendimento a cada dia.

“A Santa Casa tem jeito e a receita não é das mais complexas. Falavam sempre em falta de recursos, mas o problema da Santa Casa também era de gestão, principalmente. Hoje isso fica bem claro”, destacou Sérgio Henrique, citando vários casos de gastos desnecessários pela antiga gestão. Até cheques foram encontrados em um cofre, os quais deixaram de ser depositados. “Hoje estamos tentando negociar com os bancos.”

Nesses cinco meses, as cidades da região com mais atendimentos foram Araruna, com 1.011 e Peabiru, com 929, Barbosa Ferraz (785) e Engenheiro Beltrão (775).

Uma das primeiras medidas de contenção foi a redução no quadro de funcionários, saindo de 630 para 580. O déficit mensal, que era de R$ 1,7 milhão também foi reduzido para R$ 1,2 milhão.

O prefeito declarou que em seis anos, a prefeitura repassou R$ 72 milhões ao hospital a fundo perdido. “Quando dizem que para eles a prefeitura não repassava, em em seis anos foram R$ 72 milhões a fundo perdido, ou seja, sem obrigação nenhuma de contrapartida para que fizessem a gestão do hospital”, revelou Tezelli.

Com a intervenção do hospital, a Santa Casa retomou a confiança das prefeituras da região e do governo do estado, mas segundo o prefeito os recursos nunca deixaram de ser depositados.

A intervenção pela prefeitura de Campo Mourão tem prazo de 12 meses podendo ser prorrogada, porém, nesse caso vai depender próximo prefeito que assumirá em janeiro de 2025.

As dificuldades e desafios ainda são grandes, mas todos os esforços visam a redução de gastos e otimização do atendimento, segundo ele. Até mesmo para municípios que se negam a fazer o repasse mensal ao hospital. “Dos 25 municípios, três não contribuem, mas mesmo assim atendemos normalmente os pacientes dessas cidades”, afirmou o interventor.

“Deveríamos ter feito dois ou três anos antes. Demoramos muito. Acreditava que a Santa Casa não era responsabilidade da prefeitura, mas temos a obrigação de cuidar da assistência à saúde”, afirmou.

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